Nos últimos anos foram exportados mais de 10 milhões de metros cúbicos de madeira dura tropical para atender o comércio internacional e a tendência é que essa demanda aumente.
O mercado da madeira apresenta uma grande diversidade de árvores, do qual cada espécie tem suas características e finalidades. Diante do uso constante desta matéria-prima, a exportação da madeira dura tropical, por exemplo, ganha cada vez mais espaço na pauta das negociações entre os produtores de florestas.
A madeira dura é aquela que possui mais densidade e resistência ao ataque de fungos e insetos. Seu mecanismo de defesa é mais vigoroso e se difere das madeiras macias, que são normalmente destinadas à produção de celulose ou uso de biomassa.
Uma espécie de madeira dura tropical muito buscada no mercado por seu acabamento impecável é o Jatobá. Essa árvore possui alta qualidade e resistência, por isso é indicada para situações mais pesadas e exigentes, como a produção de vigas, caibros, janelas e portas.
Outro exemplo é a Teca, madeira dura tropical muito resistente à exposição ao tempo e apresenta um acabamento esmerado, com número reduzido de fendas e de farpas. A robustez da espécie é ótima para produção de móveis internos e externos, de embarcações e de itens decorativos.
Há, também, o Mogno Africano, uma das madeiras duras tropicais mais rentáveis e buscadas para investimento em florestas nobres. Devido à sua maturidade precoce, conta com ótimo custo x benefício e pode gerar desde móveis luxuosos, acabamentos em veículos, até sofisticadas peças ornamentais.
Os produtos derivados das três espécies citadas acima, apresentam uma ótima comercialização de alto padrão, dado que a versatilidade da madeira dura tropical gera mercadorias que podem ser desenvolvidas de diferentes formas.
Tendo como exemplo, a imagem a seguir mostra algumas peças oriundas do Mogno Africano:
A madeira dura tropical na mira do mercado internacional
Nos últimos 10 anos, o grande salto no crescimento das exportações de madeiras duras tropicais levou o Brasil ao patamar de um importante produtor mundial.
De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro, em 2019 foram exportados do Brasil mais de 10 milhões de metros cúbicos de madeira dura tropical para atender à indústria internacional. A previsão é que em 2030 a demanda alcance a marca de 21 milhões, porém a oferta irá diminuir para 5 milhões, ocasionando uma falta de 16 milhões de metros cúbicos. Esse aumento da demanda e a baixa oferta do produto influenciam para que o comércio madeireiro vivencie o apagão florestal.
Este fenômeno ocorre devido à queda da produção madeireira originado da extração vegetal, às pressões na Amazônia contra o desmatamento ilegal e a intensificação da procura de madeiras duras no Brasil e exterior.
Por esse motivo, a estimativa é que haverá redução de áreas privadas para produção florestal e projeta-se um crescimento na busca por madeira dura tropical, principalmente pelos Estados Unidos e pelos países da Ásia e Europa. Essas regiões apresentam moedas mais estáveis e, em razão disso, o ativo florestal possui um hedge natural para a inflação.
Destaca-se, ainda, que existem espécies de madeira dura tropical que adquiriram mais notoriedade entre os comerciantes graças ao seu alto valor no mercado internacional. Um exemplo é o Mogno Africano, cujo valor começa a ficar atrativo já no terceiro manejo, entre 12 e 15 anos, quando a tora é extraída com mais de 25 cm.
Mogno Africano | ||||
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Item | 1º manejo | 2º manejo | 3º manejo | Corte raso |
Tora com diâmetro menor que 25 cm | R$ 241,13 | R$ 2.038,43 | R$ 2.555,37 | R$ 3.530,36 |
Tora com diâmetro entre 25 cm e 35 cm | – | – | R$ 176.637,56 | R$ 463.934,18 |
Tora com diâmetro maior que 35 cm | – | – | – | R$ 943.396,88 |
Pouca oferta, muita procura e aumento do lucro
Estudos apontam que o fornecimento de madeira dura está cada vez mais escasso, visto que o volume dos plantios não acompanhou o aumento da produção industrial.
Desse modo, com a demanda crescendo muito mais que a oferta, constata-se que a valorização da madeira dura tropical e o investimento no setor florestal trarão muitos benefícios aos produtores. Além do fato que o investidor não aplica somente em plantações, mas também no desenvolvimento do meio ambiente e no aumento do valor da propriedade onde foi plantada.
Aproveite para entender mais sobre a produtividade e o lucro da madeira dura tropical simulando um modelo de investimento. O material, que utiliza a espécie do Mogno Africano como exemplo, auxilia os produtores no cálculo de seus projetos florestais.