Localização estratégica para escoamento da madeira, logística de insumos e conhecimento técnico da cultura, devem ser considerados ao plantar o mogno africano. Continue lendo!

Se você já leu um pouco sobre o Mogno Africano, provavelmente deve ter percebido o quanto essa espécie é promissora e contribui em vários aspectos econômicos e ambientais. 

Além de ter se adaptado com facilidade ao solo e clima brasileiro, quando em regiões quentes, o Mogno Africano possui elevadas perspectivas de retorno financeiro, devido à madeira nobre que produz. Por isso, vem despertando o interesse de produtores rurais e investidores em todo o Brasil.

Plantar o Mogno Africano pode parecer fácil. No entanto, é importante lembrar que diferentemente de outras culturas, a espécie cultivada com fins comerciais exige planejamento, cuidado e atenção para que a implementação da floresta aconteça corretamente e os resultados durante e ao final do ciclo sejam satisfatórios. É preciso pensar estrategicamente, levando em consideração o ciclo da floresta, pois as árvores levam anos para crescerem e estarem aptas para o corte final.

Fatores como: localização estratégica para escoamento da madeira, logística de insumos e conhecimento técnico da cultura, devem ser considerados com cautela e precisão. Esses detalhes farão toda a diferença na execução do projeto. 

Afinal, é o conjunto de ações do antes, durante e depois da plantação da floresta que contribuirá para o crescimento das árvores, resultando em madeiras de qualidade que, consequentemente, contribuirão no valor da venda da madeira para o mercado.

Como é plantar o Mogno Africano na prática?

Conheça alguns aspectos essenciais e veja como plantar o mogno africano:

1) Aptidão da área

Entender se a terra é apta para o cultivo da espécie é vital para o sucesso do negócio florestal. 

Para verificar a aptidão da área é necessário fazer a análise de solo através da coleta laboratorial e interpretação dos resultados, pois é a partir disso que será possível identificar se o solo tem boas propriedades químicas para o desenvolvimento da cultura. 

A aptidão da área é dividida em 3 níveis de manejo para entender se o local onde será realizado o plantio atende aos requisitos de determinada cultura, sendo eles:

  • Nível de manejo A (primitivo)
  • Nível de manejo B (pouco desenvolvido)
  • Nível de manejo C (desenvolvido)

Cada nível corresponde a uma combinação de fatores na área, como: solo, relevo, clima e composição geológica, sendo desde o baixo nível técnico-cultural, até o alto nível tecnológico empregado. 

O ideal é que a mensuração dos resultados obtidos seja feita por um profissional especializado na área, já que terá conhecimento técnico e poderá dar os detalhes com precisão.

2) Avaliação da fertilidade do solo

A avaliação da fertilidade do solo considera os aspectos químicos, físicos e biológicos para determinar o potencial produtivo do local, sendo possível identificar o grau de insuficiência ou suficiência do solo e quais elementos serão prejudiciais ao cultivo da espécie.

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Separação de amostras do solo

 A coleta da amostra com o método “zigue-zague” é o mais usado para pequenos produtores ou por aqueles que não possuem aparelhos de GPS.

Após a análise, é feito um diagnóstico da necessidade de tratamento e correções do solo, a fim de torná-lo apto para o recebimento das mudas. Os tratamentos mais comuns são: calagem, gessagem, fosfatagem, gradagem, subsolagem e adubação de base. As despesas com a aquisição de insumos, transporte e aplicação, devem estar incluídas no plano financeiro do projeto. 

3) Combate às formigas

O  combate às formigas deve ser feito principalmente antes das mudas irem a campo, assim como durante o plantio, sendo de extrema importância para a prevenção da mortalidade. De acordo com estudos realizados pelo IBF, um combate mal feito reduz a produtividade de uma floresta em cerca de 14%. 

O controle de formigas pode ser feito de três formas: 

  • Iscas formicidas (à base de sulfluramida);
  • Formicidas líquidos;
  • Formicidas em pó. 
Aplicação de iscas para o combate às formigas

A aplicação pode ser feita em área total, espalhando porções de 3 a 5kg, dependendo da intensidade ou ataque, para que as próprias formigas levem para dentro do formigueiro ou de forma localizada. Neste caso, são aplicados em locais onde houve identificação dos ninhos. 

O uso das iscas deve ser realizado entre os 30 a 120 dias antes do plantio das mudas e de preferência em tempos secos. 

Apesar de ser considerada a grande praga das florestas de Mogno Africano, é possível realizar ações preventivas, mitigando riscos e prejuízos. 

4) Espaçamento

O espaçamento se refere à distância entre as árvores e são essenciais em plantios destinados à produção de Mogno Africano.

O espaçamento ideal é aquele que obtém menor custo de implantação e manutenção, atingindo maior produtividade e qualidade da madeira no momento da extração, alcançando maior lucratividade para a floresta. A densidade de povoamentos homogêneos recomendada para a produção de madeira para serraria pode variar entre 833 e 1.800 árvores por hectare.

Para definir a distância entre as plantas no campo é preciso considerar:

  • O sistema radicular;
  • Parte da área durante o desenvolvimento das árvores e o tamanho da área a ser explorada.

Não ignore esse passo e faça o cálculo de distanciamento minuciosamente ou, caso haja dificuldade, procure ajuda técnica especializada para isso. O espaçamento entre as plantas têm relação direta com a produtividade da floresta e a qualidade da madeira produzida.

5) Plantio das mudas

Durante o planejamento das estratégias e cronograma das atividades, deve-se estimar o prazo em que as mudas serão plantadas. O tempo ideal de viveiro para que a muda esteja pronta para plantio é entre 12 e 18 meses.

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Plantio manual de mudas de Mogno Africano

O plantio das mudas pode ser feito de forma manual por meio de matracas ou de forma mecanizada, através de tratores próprios para plantação das mudas. 

Lembre-se de que ao utilizar o método de plantio manual é importante montar uma equipe realizando o cálculo das despesas por hora/homem, considerando o tamanho da área em que será feito o plantio. 

6) Limpeza da área

Tratando-se de um organismo vivo, a floresta naturalmente terá o desenvolvimento de gramíneas e ervas daninhas, principalmente no período chuvoso, onde os matos crescem mais rápido e com maior frequência.

A limpeza da área é necessária quando a altura do mato estiver acima de 30 cm e pode ser feita das seguintes formas:

  • Limpeza mecanizada: a remoção do mato pode ser feita por meio de uma roçadeira acoplada ao trator. A atividade leva cerca de 30 minutos a 2 horas por hectare e necessita de menos mão de obra que uma roçada manual, por exemplo. Vegetações inferiores a 30 cm de altura podem ser capinadas de forma mecanizada com um pulverizador acoplado ao trator.
  • Limpeza manual: é necessário fazer a remoção de todo o material vegetal com foices, facões ou através produtos químicos, que consiste em aplicação de herbicidas com o uso da bomba costal (capina química). 

Ao optar pela capina química é importante estar atento a quantidade de produto que será aplicado, pois pode variar de acordo com a quantidade de mato. Por isso, lembre-se de procurar profissionais especializados neste tipo de atividade. 

7) Manejo de desbastes

A prática de florestas comerciais de Mogno Africano tem como objetivo produzir toras de qualidade e com grandes dimensões para serraria. Por isso, a redução ordenada do número de árvores através dos desbastes, proporciona melhor e maior crescimento da floresta para obtenção de árvores robustas no corte final. 

Essa medida contribui para diminuição da competição por água, luz e nutrientes, além de produzir madeira de qualidade de forma rentável. 

Os desbastes são feitos com a remoção de algumas árvores de um estande para dar mais espaço e recursos para as outras crescerem, moldando a floresta e guiando seu crescimento para os próximos anos. 

Para saber quais árvores de Mogno Africano selecionar no primeiro desbaste e qual a densidade, é preciso compreender a classificação das árvores quanto a posição relativa delas dentro do povoamento florestal. 

Lembre-se de que esse passo é vital para o crescimento da floresta. Por isso, se a remoção das árvores no desbaste for realizada de forma incorreta, poderá prejudicar a produtividade da floresta, assim como a expectativa de produção final. 

8) Documentação do plantio

Outro ponto relevante que deve ser levado em consideração ao plantar o mogno africano, é a documentação do plantio da floresta.

O produtor deverá realizar o cadastro do plantio junto ao órgão ambiental estadual até um ano depois do plantio, sendo necessário ter em mãos as documentações do imóvel e as informações a respeito do plantio. 

A colheita, o transporte e a venda também são comunicadas ao órgão ambiental estadual. 

Plantar o Mogno Africano: operação manual ou mecanizada?

Ambas formas dão bons resultados, mas possuem especificidades entre si, tanto em relação ao tempo de execução de cada atividade, quanto aos equipamentos usados e ao custo operacional.

Cada uma das atividades são indicadas de acordo com a particularidade da terra em que se vai plantar o Mogno Africano. 

Operação manual

  • Indicada para regiões com rochas ou locais íngremes e de difícil acesso;
  • A abertura e a adubação são realizadas ao mesmo tempo por uma cova;
  • A remoção do material vegetal é feito com foices, facões ou através da aplicação química de herbicidas com uso da bomba costal;
  • Para plantar as mudas, as covas são abertas com até 40 cm de diâmetro ou 1 metro de profundidade para melhor resultado de enraizamento.

Operação mecanizada

  • Indicada para regiões planas e sem afloramento rochoso (pouco ou nenhum desnível e sem a presença de rochas); 
  • A remoção do mato acontece por meio de uma roçadeira acoplada ao trator;
  • A preparação do solo para abertura das covas e plantio das mudas, acontece através de abertura de linhas de plantio por meio do sulcador florestal acoplado em área total.

Vale a pena plantar o Mogno Africano?

Sim, vale a pena. Além de trazer benefícios financeiros para o investidor, traz também benefícios ecológicos e sociais para a região do plantio e para a natureza.

Embora pareça ser uma atividade simples, plantar o mogno africano é diferente de plantar outras culturas agrícolas com safras em períodos mais curtos, como: soja, milho, cana e café. O que significa que as técnicas silviculturais empregadas são diferentes. Sendo um cultivo de longo prazo, cuja lucratividade possui indicadores altamente atrativos, o investimento em Mogno Africano exige conhecimento de técnicas, como também de mercado.

Árvores de Mogno Africano

Hoje é possível investir na cultura e plantar o Mogno Africano de forma independente ou através de polos florestais que consistem em um aglomerado de áreas, com grande estrutura para produção de forma escalonada e equipes especializadas.

O Polo Florestal gerenciado pelo IBF fica concentrado em Minas Gerais e permite que qualquer pessoa possa se tornar investidor em Mogno Africano, por meio de uma solução completa de investimento, mesmo sem ter conhecimento em gestão florestal. O benefício também inclui suporte na comercialização dos cortes visando exportação aos principais países consumidores desta madeira. 

 

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